Pensamento do Dia !!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Citações curtas e diretas, com até 3 linhas , deverão ser apresentados entre ; a referência deve estar no texto ou ao das citações , neste caso usa-se o sobrenome do autor entre parênteses e em letra .





























































segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"A pior forma de desrespeitar uma criatura é coisificá-la como algo comestível"

Carlos Naconecy*

“A ética animal tem que conseguir se alçar como um campo de reflexão legítimo, constituir-se dentro e fora da academia”, é o que aponta o professor Carlos Naconecy na entrevista que concedeu à IHU On-Line, por e-mail. Ele fala sobre os principais conflitos que o conceito de ética animal vive atualmente e sobre como a bioética pode ser compreendida a partir da relação homem/animal. “Não há diferenças moralmente relevantes entre, digamos, três tipos de mamíferos, cães, ratos e porcos. Mas, mesmo assim, amamos o primeiro, odiamos o segundo e comemos o terceiro”, explica o professor aponta que isso mostra a segregação preconceituosa que há na diferenciação animal que se pratica.

Carlos Naconecy é filósofo graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fez doutorado também em Filosofia pela PUCRS. Foi pesquisador visitante em Ética Animal na Universidade de Cambridge (UK) e hoje é membro do Oxford Centre for Animal Ethics e do corpo editorial do Journal of Animal Ethics. É autor do livro Ética & Animais (Porto Alegre: Edipurs, 2006).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como podemos entender o conceito de ética animal?

Carlos Naconecy – A expressão “ética animal” deve ser entendida como uma ética, no sentido de reflexão filosófica, a respeito do tratamento dos animais (não humanos) por parte dos humanos. Nessa acepção, a ética animal se constitui como um dos ramos da Ética Aplicada, área da Filosofia que se debruça sobre as questões concretas que se impõem a nós neste momento da civilização.

IHU On-Line – Quais são os principais conflitos que a ética animal vive hoje?

Carlos Naconecy – Pensando particularmente no contexto brasileiro, eu diria, em primeiro lugar, que a ética animal tem que conseguir se alçar como um campo de reflexão legítimo, constituir-se dentro e fora da academia, ou seja, mostrar que há algo a ser dito e que merece ser ouvido. Isso significa levar os animais moralmente a sério, tomá-los em consideração nas decisões privadas e públicas, enquanto sujeitos, em vez de meros objetos – assim como fazemos com outros seres humanos.

Atualmente, temos “animais de (panela)” ou “animais para (companhia, diversão, experimentação, etc.)”, mas não animais como sujeitos morais, isto é, que demandam nosso respeito. Esse imperativo ainda está muito distante da consciência moral ordinária e cotidiana. Na maior parte das vezes, os argumentos e reflexões em prol dos animais são descartados automaticamente e, quando não o são, o homem médio os classifica como passionais, sentimentalistas, fanáticos, idiossincráticos, etc.

O ponto fundamental é reconhecer a alteridade dos animais, cuja reificação (transformação do animal em coisa), instrumentalização (utilização do animal como meio) ou antropomorfização (transfiguração da alteridade e especificidade animal) devem ser postas à luz de um devido crivo crítico. Em suma, em resposta à sua pergunta, o principal desafio da ética animal atualmente é conquistar seu espaço como área de reflexão moral genuína e relevante, ou seja, alçar seu estatuto filosófico.

IHU On-Line – A zooantropologia é uma prática que já existe no Brasil?

Carlos Naconecy – A zooantropologia se debruça sobre a relação humano-animal, no encontro do animal humano com outro animal não humano, envolvendo conteúdos da antropologia, zoologia, etologia e psicologia. A domesticação e o papel dos pets são alguns dos seus objetos de estudo. Não acompanho de perto a pesquisa nessa área no Brasil, mas imagino que a zooantropologia esteja ainda muito incipiente no nosso país, se não inexistente. O que temos são programas de Zootecnia e Comportamento Animal, e algumas pesquisas com terapia com uso de animais, e é só.

IHU On-Line – O que a bioética pode revelar sobre a relação homem/animal?

Carlos Naconecy – A função das éticas (zoo, bio ou outra qualquer) não é revelar ou descrever as relações, mas, antes, a de avaliar tais relações. Diferentemente do que a etimologia do termo indica, bioética é interpretada usualmente como ética médica, que se situa na relação entre médico e paciente, envolvendo questões como a eutanásia, aborto, suicídio etc. Entretanto, no seu sentido mais próprio, trata-se da ética da relação entre o humano e outros seres vivos. Ora, a categoria do vivo é mais ampla que a categoria do animal. Portanto, as questões de fundo da ética animal se inserem nas reflexões pertinentes ao valor intrínseco da vida e do viver.

IHU On-Line – Veneramos e mimamos alguns animais, enquanto torturamos e destruímos outros. O que isso nos diz sobre a ética do homem?

Carlos Naconecy – Isso nos diz que o pensamento de senso comum é preconceituosamente discriminatório e moralmente inconsistente, com raízes culturais. Por exemplo, não há diferenças moralmente relevantes entre, digamos, três tipos de mamíferos, cães, ratos e porcos. Mas, mesmo assim, amamos o primeiro, odiamos o segundo e comemos o terceiro.

Essa segregação preconceituosa varia entre as diferentes culturas e as diversas sociedades. Esse fato indica o quão arbitrária e inconsistente é a razão moral humana quando se volta à categorização do “outro”, de modo geral, e dos outros membros do reino animalia, em particular.

IHU On-Line – A academia hoje trata da questão da ética animal? De que forma?

Carlos Naconecy – Vou me permitir citar um trecho do livro “Ética & Animais”, que descreve exatamente esse ponto:

“A questão dos animais se apresenta como um problema aberto para a Filosofia. E quem escreve sobre animais numa área tão conservadora quanto a Filosofia corre o risco de parecer ridículo. De fato, falar hoje de uma ética para os animais é ainda visto com certa suspeição e até desprezo pelos acadêmicos. É bem verdade que alguns pensadores se ocuparam isoladamente com esse tema nos séculos anteriores. Também é muito provável que, ao longo da história do pensamento ocidental, vários filósofos deixaram de escrever sobre suas posições teóricas quanto ao status dos animais, a fim de evitar se sujeitarem a tal exposição constrangedora. Isso hoje ainda vale entre nós em certa medida. Felizmente, nossa sociedade hoje está mais preparada para considerar essa ideia. Ao longo dos últimos dois séculos, a atenção social quanto aos limites éticos da conduta humana em relação aos animais se restringiu a uma ética minimalista, que se limitava meramente a proibir a crueldade intencional. Mais recentemente, se percebeu que a maior parte do sofrimento animal pelas mãos humanas não é consequência de crueldade, mas da utilização normal e socialmente aceita dos animais. Constatou-se que a imensa magnitude da miséria animal não deriva de motivos sádicos, mas de razões nobres e altos ideais, como, por exemplo, a eficiência na obtenção de alimentos. Somente nas últimas três décadas os filósofos começaram a tentar estender sistematicamente seus conceitos ao domínio não humano. O que pode surpreender agora não é o fato de que um grande número de filósofos esteja reivindicando uma ética para os animais, mas, sim, o fato de que tais reivindicações ainda pareçam absurdas para muitos outros”.

IHU On-Line – Que limite deve ser imposto à experimentação com animais?

Carlos Naconecy – Com o passar do tempo, a sensibilidade de uma sociedade pode considerar como eticamente obsoleta ou insuficiente uma prática que antes era vista como moralmente aceitável. O modo livre como a ciência e a tecnologia tratavam os animais, por exemplo, há algumas décadas atrás, não era considerado como moralmente problemático. As decisões sobre o uso de animais na ciência eram, afinal, um assunto de ciência, de cientistas para cientistas. Isso mudou.

Hoje, os usos e abusos da experimentação com animais são alvo de crítica por parte da sociedade civil. Essa contestação, envolvendo público e instituições, pede uma substituição do uso dos animais nos procedimentos. E a possibilidade de um estudante de anatomia evocar uma objeção de consciência nessa matéria não suscita mais a noção de tolice ou disparate. As realidades mudaram, portanto.

Enquanto isso, os animais são utilizados aos milhões anualmente na pesquisa biomédica, em testes de segurança de produtos comerciais e com propósitos educacionais. (Segundo a British Union for the Abolition of Vivisection, 61% dos experimentos em animais são realizados sem qualquer anestesia!) A ideia que está por trás das justificativas oferecidas para a experimentação – a propósito, muito conveniente para nós, humanos – é que um animal é suficientemente semelhante a um humano em alguns aspectos (exatamente aqueles que justificam a experimentação), mas não em outros (os que exigiriam nosso respeito moral por ele).

Além do mais, pratica-se uma espécie de terrorismo científico, propagando-se a ideia de que “se a experimentação com animais for banida, as pessoas começarão a morrer!” Mas, segundo o Statistics of Scientific Procedures on Living Animals, do Reino Unido, de 2007, apenas 21% dos experimentos com animais são para testar novos produtos médicos. Não estamos falando, portanto, de salvar vidas humanas, mas sim de esbanjar a vida dos animais por motivos fúteis ou inúteis.

Há que se atentar ainda ao fato de que 99% dos animais que são retalhados não o são para mostrar a circulação sanguínea nas escolas, nem para observar o efeito de uma substância química no seu organismo – 99% dos animais sobre o nosso planeta são cortados no açougue, não no laboratório. A pior forma de desrespeitar uma criatura é “coisificá-la” como algo comestível. A justificação ética a favor da experimentação com um animal, com todas as suas fragilidades, ainda é mais forte que a justificação em se alimentar desse mesmo animal. O ponto aqui é muito simples: se eu posso matar para comer, por que eu não poderia matar para testar, ensinar e conhecer? A obtenção de conhecimento biomédico é supostamente mais importante, em termos morais, que a obtenção de um prazer culinário ou degustativo. Quero dizer que, se você realmente se preocupa com os animais de laboratório, você deve também se preocupar – e se preocupar antes – com o destino dos animais de panela.

(IHU On-Line)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Combinação dos Alimentos

Saber alimentar-se é condição indispensável para conservar e também para recuperar a saúde. O valor nutritivo de um alimento não está na sua composição química, mas no seu grau de digestibilidade.
Mesmo com alimentos naturais, boa mastigação e lenta deglutição, não está completamente assegurado o êxito do processo digestivo, pois há alimentos que misturados com outros produzem má combinação, dando lugar a subprodutos tóxicos.

1. Evite líquidos durante as refeições, principalmente os que contém açúcares, pois estes auxiliam o processo de fermentação. Os líquidos apressam a deglutição antes de completar a mastigação e a insalivação dos alimentos impedindo também a ação do suco gástrico até que sejam absorvidos. As bebidas geladas ou muito quentes reduzem a temperatura do conteúdo do estômago, cuja digestão não se pode operar até que seja atingida novamente a temperatura normal.

2. Evite ingerir mais de dois alimentos amiláceos na mesma refeição. A ingestão destes termina na elaboração de um só que o corpo seleciona; o outro ficará muito mais tempo para ser digerido. Isto provoca gases, arrotos, fermenta e acidifica o estômago. Ex: macarrão, batata, pão.

3. Evite ingerir alimentos ácidos e amidos na mesma refeição. A digestão dos amidos começa na boca pela ação da Ptialina, que os transforma em maltose (tipo de açúcar). A Ptialina só atua em meio alcalino. A presença de ácidos danificam esta enzima favorecendo sua fermentação. A associação ácido-amido é muito rara na natureza. Ex: macarrão com molho de tomate.

4. Evite ingerir amidos e açúcares na mesma refeição. A digestão dos amidos, começa na boca e prossegue, em condições apropriadas, no estômago. Os açúcares não são digeridos nem na boca nem no estômago, a sua digestão se dá no intestino delgado. Quando consumimos isoladamente, passam rapidamente do estômago ao intestino. Quando consumidos em mistura com amiláceos, ficam retidos no estômago aguardando a digestão destes. Como os açúcares tem a tendência à fermentação rápida, nas condições de calor e umidade existentes no estômago, a combinação amido e açúcares produz fermentação ácida (ácido acético, álcool, gás carbônico, água). Além disso, o açúcar faz segregar muita saliva sem ptialina, o qual, no entanto, é necessária à elaboração dos corpos amiláceos. Ex: arroz, purê de batata e doce de abóbora com côco.

5. Ingerir somente uma proteína concentrada na mesma refeição. Para uma digestão eficiente, duas proteínas exigem sucos gástricos de composições diferentes e tempo necessário à sua digestão, que é diferente para cada espécie de proteína. Ex: enquanto o suco gástrico necessário à digestão da carne tem seu PH máximo no início da digestão, o leite um PH máximo do suco gástrico no final. Evite misturar ovos com leite, leite e nozes, etc, na mesma refeição !

6. Ingerir proteínas e ácidos na mesma refeição – evitar. O início da digestão das proteínas se dá no estômago em presença da enzima pepsina que atua em meio ácido (ácido clorídrico do suco gástrico). A ingestão de ácidos em excesso inibe a ação desta enzima. A paralisação da digestão das proteínas, leva-as a putrefazerem-se, o que ocasiona a intoxicação do organismo.· Exceção: constituem exceção as combinações das nozes, queijo ou abacate, com as frutas ácidas. As nozes, queijos e abacates possuem grande quantidade de gordura ou óleo; sabemos que as gorduras inibem a secreção gástrica por um tempo maior que os ácidos. Além disso, essas proteínas não se decompõem com a mesma facilidade que outras espécies.

7. Evite proteínas com gorduras: a presença das gorduras nos alimentos, diminui a atividade glandular da secreção gástrica, baixa a quantidade de ácido clorídrico e da pepsina no suco gástrico, atrasando a digestão por tempo considerável. OBS: abundância de vegetais verdes, especialmente crus, contrapõem-se ao efeito inibitivo das gorduras.

8. Melões: a melancia e os melões, quando ingeridos isoladamente, permanecem alguns minutos no estômago, porém quando ingeridos com outro alimento, ficam retidos no estômago como os açúcares, produzindo gases e fermentações. Comer melancia e melão isoladamente.

9. Leite: devido a proteína e gordura que o leite contém, combina sofrivelmente com frutas ácidas. Quando o leite entra no estômago, ele coalha, envolvendo as partículas dos outros alimentos, isolando-os do suco gástrico.

10. Sobremesas (doces e sorvetes): a sobremesa já constitui um excesso sobre a alimentação, sobrecarregando a capacidade digestiva. Além disso, é geralmente açucarada, o que acarreta os transtornos anteriormente mencionados

11. Frutas oleaginosas e frutas doces: na mesma refeição não se digerem bem,porque as gorduras ao misturarem-se com os açúcares, produzem fermentação alcoólica, sobrecarregando o sangue.

12. Frutas ácidas com amido: neste caso os ácidos, impedindo o desdobramento normal dos amidos em maltose e glicose, originam fermentação ácida, que favorece a acidificação do sangue.
13. A quantidade é outro fator que intervém na digestão. Comer sem fome ou em excesso são fatores desequilibrantes na digestão, pois o corpo não assimila o que introduzimos em excesso.


by Flavinha

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Portaria do Ministério da Agricultura anuncia retirada gradual de agrotóxico do mercado

Brasília - O metamidofós, agrotóxico usado nas lavouras brasileiras, principalmente nas de cana-de-açúcar, soja e algodão, vai sair do mercado gradualmente, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria publicada nesta segunda-feira (17) no Diário Oficial da União informa que o uso do produto será proibido a partir de dezembro de 2012.

De acordo com a portaria, em 120 dias estará proibida a importação e produção do inseticida. Sua formulação, no entanto, será permitida por mais um ano e a comercialização, até novembro de 2012. A decisão do governo foi tomada depois que uma reavaliação do agrotóxico, feita pelo ministério, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), constatou que seus benefícios não compensam os riscos à saúde.

Desde 2004, o inseticida foi proibido para pequenas culturas, nas quais é mais comum o uso de aplicador costal, manualmente. “A medida segue uma tendência mundial de suspensão de uso do produto. O governo tem dado prioridade aos defensivos menos tóxicos e que, ao mesmo tempo, sejam eficientes no controle de pragas”, afirmou o coordenador-geral de Agrotóxicos do Mapa, Luís Eduardo Rangel, por meio de nota. Segundo ele, o produtor já pode optar por outros agrotóxicos com a mesma finalidade do metamidofós, autorizados pelos órgãos sanitárias do país.

Atualmente há seis produtos registrados no Mapa com o agrotóxico metamidofós: Metafós, Matamidofós Fersol 600, Metasip, Stron, Stron 600 SL e Tamaron BR. O site do Mapa, na página de consulta de ingrediente ativo, informa que o inseticida é autorizado para as culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, trigo e tomate – no caso deste último, ele é empregado apenas para o tipo rasteiro, com fins industriais.

Ainda de acordo com informações veiculadas no site do ministério, “para todas as culturas, o uso [do inseticida] deverá ser exclusivamente via trator, pivô central ou aérea”.


(Fonte:Envolverde/Agência Brasil-18/01/2011)

domingo, 30 de janeiro de 2011

A TEORIA GAIA E A GESTALT

A percepção de que o planeta Terra, com idade de 5 bilhões de anos é um ser vivo, pode ser um instrumento importante para a materialização da relação organismo/meio ambiente da Terapia Gestalt

A teoria Gaia, do cientista inglês James Lovelock, afirma que "a Vida e a Terra evoluem juntas, excluindo o paradigma da visão científica convencional, aonde reina o apartheid entre os vários campos das disciplinas ambientais". A proposta dessa nova-antiga visão é fazer uma síntese das contribuições da geologia, geoquímica, biologia evolutiva e climatologia, transformando a concepção grega da Terra, enquanto deusa viva, numa teoria fundamentada cientificamente e apoiada em uma nova disciplina, a Geofisiologia.

Entretanto, apresentar o planeta Terra como Gaia – Mãe Natureza – de forma compreensível e tentar levantar algumas questões que mostrem a famosa relação organismo-ambiente e as dinâmicas fronteiras de contato é, para um geólogo, uma tarefa difícil e, por que não dizer, audaciosa.

Perls, o pai da Terapia Gestalt, dizia que não é possível analisar um ser humano independente do oxigênio que ele respira. Mesmo que suas palavras não devam ser tomadas ao pé da letra, o oxigênio, elemento chave para a existência da vida, está presente na atmosfera numa percentagem de 20,8%. Se sua concentração estivesse acima desse valor, relâmpagos poderiam transformar o planeta numa bola de fogo; valores abaixo acarretariam uma deficiência desse elemento para muitas espécies que não sobreviveriam, inclusive a nossa.

As algas microscópicas que vivem nos ambientes aquáticos, notadamente nos oceanos – fitoplancton – são as maiores responsáveis pela regulagem do percentual de oxigênio na atmosfera. Elas se beneficiam da "tecnologia" conhecida como fotossíntese, que é a transformação do C02 em oxigênio livre, na presença de luz solar.

É preciso ressaltar que os vegetais são os nossos "órgãos" externos da respiração. Eles retiram o CO2 e fornece o oxigênio, elemento indispensável para a vida animal. Da mesma maneira, sem o reino animal as plantas também morreriam, pois nós devolvemos à atmosfera o CO2, o mais importante "alimento" das plantas.

Todos sabem da importância da respiração e da necessidade de respirar um ar puro, hoje difícil nos grandes aglomerados urbanos. Até que ponto o não saber respirar corretamente ou respirar um ar contaminado interfere no equilíbrio (saúde) humano?

Um outro exemplo que demonstra que a Terra funciona como um organismo vivo é a salinidade das águas marinhas. A água do mar é salgada devido à quantidade de sais nela dissolvida, que chegaram e chegam aos oceanos através das erupções vulcânicas e do aporte de águas continentais. Se considerarmos os últimos 18 milhões de anos, a quantidade de sais lançados pelos rios no ambiente marinho já seria suficiente para transformar os oceanos em um verdadeiro mar morto, com teor de salinidade acima de 40%. Entretanto, a quantidade média de sais na água do mar permanece, desde origem dos oceanos, em 35%, porque os organismos microscópicos que habitam o ecossistema marinho concentram excesso de sais, permitindo que exista vida.

A origem da vida, como diz a ciência, se deu a 3 bilhões de anos, nos oceanos, e nós somos - à luz da teoria da evolução de Darwin - filhos desse grande útero materno.

Levando-se em consideração a quantidade de água que caiu na Terra ao longo de sua história geológica, ela seria suficiente para tornar o pH de todos os solos ácidos, tornando inviável a presença de vegetação no planeta. Entretanto, as bactérias e outros microorganismos que vivem nos solos garantem a cobertura vegetal. Os vegetais, por sua vez, interferem sobre o clima. Não fossem os mecanismos utilizados pelo fitoplâncton, zooplâncton e pelos microorganismos do solo, não existiria vida no planeta Terra.

Percebendo a Terra como ser vivo, Peter Russel, em seu livro "O Despertar da Terra" advoga que nós, seres humanos, constituímos as células do cérebro do planeta. Seria esse o inconsciente coletivo de Jung, produto do pensamento de 6 bilhões de "células" que formam o "cérebro global" da Terra viva?

Os desequilíbrios do planeta, provocados pela emissão de gases estufa na atmosfera, chuvas ácidas, buraco na camada de ozônio, desmatamentos e extinção de espécies, não sugere que o ser humano, como célula do cérebro do planeta, esteja naturalmente desequilibrado, precisando religar-se com os princípios de sua evolução biológica?

Inserir técnicas que levem o homem ao contato com o ambiente natural não seria um instrumento importante na prática da Terapia Gestalt? Saber que nós somos o planeta, materializado, quando estamos em awareness com Gaia, é sem dúvida um elemento importante na compreensão da teoria da percepção enfocada pela Gestalt. Somos parte de Gaia e, como a parte contém o todo e o todo é maior do que a soma das partes, a Terra é a totalidade. A mãe natureza está doente. Ela necessita de um olhar sensível e equilibrado para se manter viva. Temos que deixar de se comportar como um ego encapsulado na pele ("Tudo que estiver dentro de minha pele sou eu, e o que está fora de minha pele não sou eu"). É preciso tornar porosa as fronteiras de contato. A Terra é a personagem principal. Nós, seres humanos, que adoecemos Gaia, não deveríamos ser figurantes, como forma de garantir a própria sobrevivência?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Projeto Canteiros Urbanos

Antes de construir um canteiro urbano é preciso saber qual árvore escolher, onde adquiri-la, como plantar, quais os cuidados necessários. Veja como fazer.


As informações sobre a legislação a respeito de calçadas e árvores de São Paulo são fundamentais, já que, em todas as ruas da cidade, há um lado em que passa a fiação elétrica, de telefonia e de tvs a cabo, além de tubulações subterrâneas.

No lado da calçada onde ficam os postes com a fiação, é preciso escolher espécies de árvores que não fiquem de grande porte quando adultas. Nesse caso, devem-se plantar espécies menores.

Já onde passam os canos enterrados, é preciso tomar cuidado com as raízes. Por exemplo, não se deve nunca plantar uma árvore Ficus Benjamin, espécie nativa da Índia à Malásia, de grande porte quando adulta e com muitas raízes aéreas. Essas árvores, assim como as Seringueiras falsas, somente devem ser plantadas em praças. O mesmo acontece, por exemplo, com o Flamboyant, espécie nativa de Madagascar, atingindo até 15 metros de altura.

Esse não é um cuidado apenas estético, pois as raízes de árvores de grande porte podem causar algum dano à tubulação que passa pelas ruas e calçadas da cidade, bem como danificar fios nos postes e obstruir a iluminação pública.

http://www.canteirosurbanos.org/servicos.shtml

sábado, 22 de janeiro de 2011

O que é Agricultura Biodinamica

Por Bernardo Thomas Sixel
(Original de 2003; última revisão de V.W.Setzer em 13/3/10)

Rudolf Steiner (1861-1925), fundador da Antroposofia, colocou, durante o Congresso de Pentecostes, em 1924, a pedra fundamental espiritual do Movimento Biodinâmico, em forma de um ciclo de 8 palestras para agricultores (*). Esse congresso teve lugar no castelo Koberwitz perto de Wroclaw/Breslau, que hoje abriga a prefeitura de Kobierzyce, Polônia.

O impulso da Agricultura Biodinâmica, sendo uno com a Antroposofia, tem como conseqüência natural da renovação do manejo agrícola, o sanar do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos ao ser humano.

Esse impulso quer devolver à agricultura sua força original criadora e fomentadora cultural e social, força que ela perdeu no caminho da industrialização direcionada à monocultura e da criação em massa de animais fora do seu ambiente natural.

A Agricultura Biodinâmica quer ajudar aqueles que lidam no campo a vencer a unilateralidade materialista na concepção da natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, achar uma relação espiritual/ética com o solo, com as plantas e os animais e com os coirmãos humanos.

A Biodinâmica quer lembrar todos os seres humanos que "A agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo a ver com todos".

O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o ser humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da natureza. Ele quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si, concluso e maximamente diversificado; um organismo do qual a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a uma espécie de individualidade agrícola"

O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas, tais como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc.. Caso o organismo agrícola ordene-se em torno desses elementos, nasce uma fertilidade permanente e atinge-se a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.

A partida e a continuidade desse desenvolvimento ascendente da totalidade do organismo/empresa é assegurado pelo manejo biodinâmico dos tratos culturais agrícolas e do uso de preparados apresentados pela primeira vez por Rudolf Steiner durante o Congresso de Pentecostes. Trata-se de preparados que incrementam e dinamizam a capacidade intrínseca da planta a ser produtora de nutrientes, seja por mobilização química, transmutação ou transubstanciação do mineral morto ou por harmonização e adequação na reciclagem das sobras da biomassa produzida. Esses preparados apóiam a planta a ser transmissor, receptor e acumulador do intercâmbio da Terra com o Cosmo.

Adubar na biodinâmica significa, portanto, aviventar ou vivificar o solo e não simplesmente fornecer nutrientes para as plantas. A grande preocupação que devemos ter é o que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de muito do que hoje em dia parece ser imprescindível. Na Agricultura Biodinâmica não se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas sintéticos, herbicidas, hormônios de crescimento, etc. A concepção do melhoramento biodinâmico dos cultivares ou das raças está em irrestrita oposição à tecnologia transgênica. A ração para os animais é produzida no próprio sítio ou fazenda e a quantidade dos animais mantidos está em relação com a capacidade natural da área ocupada.

O agricultor biodinâmico está empenhado em fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se, a saber, o que serve ao desenvolvimento duradouro da "individualidade agrícola". Isso inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes, como também a adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.

O agricultor biodinâmico aprende, dentro do processo de trabalho, a ser ele mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros e a estabelecer dentro do seu estabelecimento um local de formação profissionalizante para gerações vindouras.

Uma renovação desta natureza desperta o interesse das pessoas que vivem nas cidades. Elas ligam-se com esta ou aquela fazenda ou sítio, apóiam e ajudam como podem, tornando-se fieis fregueses. Elas colaboram na formação de mercados regionais tornando-se associados solidários mútuos. Há iniciativas novas de importância fundamental em toda parte para que a agricultura possa enfrentar com sua autonomia regional a globalização do mercado mundial. Agricultura não é somente profissão para ganhar dinheiro, mas é principalmente encargo de vida, é vocação.

Em mais de 50 países a Agricultura Biodinâmica é praticada ao serviço do cultivo do meio ambiente e alimentação saudável do ser humano. No mundo inteiro os produtos biodinâmicos são uniformemente comercializados sob a marca DEMÉTER. A marca DEMÉTER garante uma cultura agrícola baseada em medidas novas nos campos culturais/espirituais, políticos/legais, econômicos e ecológicos.

Para o desenvolvimento da agricultura e da cultura em geral no Brasil será de maior significação, achar personalidades suficientes que tenham a coragem e a força de iniciativa de se colocar ao serviço dessa renovação da agricultura.

(*) Steiner, R. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica. 8 palestras dadas en Korberwitz, 7-16/6/1924, GA (Gesamtausgabe, catálogo geral) 327. Trad. Gerard Bannwart. São Paulo: Editora Antroposófica, 1993.